quarta-feira, 27 de abril de 2011

Continuação 1

Ele estava caçando tranquilamente na manhã de mais um dia rotineiro, arco no ombro, flechas de penas negras na aljavra e um pequeno punhal na cintura por baixo da túnica verde. Olhava as trilhas deixadas na relva recém pisada com destreza, ouvia o barulho de cada criatura que ousava se aproximar, sentia os aromas espalhados na leve briza que bagunçava seus cabelos, até tocava certos galhos pelo caminho. Quando ouviu passos de cervo próximo a ele na floresta, parou. Prontamente pegou uma de suas flechas e encaixou no arco, seus músculos bem treinados o retesaram com facilidade, logo se percebia que o rapaz praticava desde a infância. O animal apareceu entre a vegetação, foi o tempo suficiente para que o instinto de caçador prevalecesse, a arma em riste mal teve tempo de se acostumar com o seu lugar e saiu rasgando o ar, direto no alvo.
A caçada do dia começara bem. Tão bem que logo poderia voltar para casa.
Um barulho o acordou de seus pensamentos gloriosos aguçando sua curiosidade , alguém caminhava próximo a ele por trás das grandes árvores e acidentalmente quebrara um galho sob os pés. Com muita cautela foi se aproximando lentamente, se esforçando para não afastar-se, o que ficou muito difícil dado a fato de que o estranho se movimentava silenciosamente e com muita destreza. Depois de algum tempo alimentando sua imaginação, parou, pois a sua companhia parara também. Logo se viu tentado a chegar mais perto e, se aproveitando da situação vantajosa, enfiou-se por trás de uma moita para observar. A flecha estava no arco novamente, só aguardando a hora em que o alvo entraria em seu campo de visão. Quando aconteceu, ficou estático, abaixou inconscientemente a arma e observou longamente. Aquela era a mulher mais linda que ele já vira.
Ela tinha longos cabelos ruivos que usava presos em uma trança grossa que caía por seu ombro esquerdo e pele muito branca com pequenas sardas espalhadas. Não dava para ver seus lindos olhos de esmeraldas e sua bela postura real, pois dormia profundamente encostada numa árvore, mas para ele a moça parecia-lhe perfeita. E estava certo, como mais tarde iria descobrir. Sua altura combinava com a dele, seus corpos se encaixavam magicamente, seu sorriso o encantava, sua voz era pura melodia, seus olhares diziam o que seus lábios não ousavam falar... Tudo nela era um sonho.

sábado, 9 de abril de 2011

Do jeito que o Rio está, parece que 2012 já chegou.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Desenhos


Desenhos são como pura expectativa, são como a vontade de que algo aconteça enquanto está tudo borbulhando prestes a explodir, enquanto nada sai do papel. Pena que eles vão permanecer eternamente na beira desse abismo, morrer nessa angústia do não viver. Ainda bem que poderemos ferver ao máximo e congelar tudo de volta. Ainda bem que poderemos saber o que acontece depois que acaba o papel.