segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ainda sem título e sem continuação

De acordo com sua treinada percepção, ela já caminhava a longas horas. O sol, agora, já estava à pino e fazia com que o suor escorresse pelas costas da mulher, molhando todo o seu vestido de viagem que sua dama de companhia havia costurado. Após fazer alguns cálculos mentais, chegou a conclusão que o vilarejo estava próximo e que, até o crepúsculo, conseguiria alcançar a ponte que marcava a divisa do território. Seus pés já incomodavam bastante, seu estômago roncava pedindo comida e sua boca estava tão seca quanto as folhas no chão em que pisava. Resolveu, então, fazer uma pausa em sua jornada, a única que era permitida dada a situação.
Parou na primeira clareira que achou no caminho, não queria se desviar. Era um lugar bonito e tranquilo, se não estivesse com tanta pressa poderia ter até admirado o local por mais de alguns instantes e não perderia a beleza de algumas das flores que se encontravam ali. Sentou-se entre as raízes de uma árvore enorme e começou a remexer na bolsa de couro que carregava. De lá tirou pão, queijo e dois odres. Bebeu primeiro do odre que continha vinho, enquanto comia o pão e dava mordidas no queijo, no fim de tudo bebeu a água para matar a sede. Embrulhou o que sobrou da comida e fechou os odres, tornando a mexer na bolsa para guardar tudo lá dentro, não comeu e bebeu tudo que tinha, sempre vale a pena se prevenir.
De repente sentiu um sono terrível e não teve nem forças para resistir a ele, infelizmente. Nem um músculo do seu corpo reagiu as tentativas desesperadas do cérebro de fazê-la levantar e seguir em frente. Recostou-se na árvore e dormiu.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Queria ter a incrivel capacidade criativa de Deus. Veja só: criou o mundo inteiro, do nada, em sete dias!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A borboleta

Era uma borboleta. Não dessas pequenas e pouco coloridas que nós vemos por aí e que deve ter passado pela sua cabeça agora. Não me leve a mal por falar assim, de forma tão irrelevante, dessas criaturinhas que habitam nosso mundo e enchem os olhos ingênuos de alegria com suas cores (que são muitas e maravilhosas para esses mesmos olhos), você entenderia o que eu estou querendo dizer se já houvesse visto, mesmo que por um breve instante, a felicidade na forma da mais bela criatura. Era uma verdadeira borboleta, daquelas que só encontramos no mundo mágico dos sonhos, naquelas brilhantes horas em que a alma pode ser livre e viajar para onde quiser. Ela era enorme! E mesmo assim, não chegava a ser uma das maiores. Era principalmente rosa, um rosa que poucos já puderam contemplar em suas breves existências, como quando o sol tem a intenção de se pôr. Tinha detalhes com muitas tonalidades diferentes nos curiosos padrões que se repetiam sobre as asas, seu corpo era completamente preto e aveludado. Duas coisas eram curiosas naquela borboleta: ela possuía dedos e unhas! (Coisa que eu pude observar dado seu tamanho). E havia algo na parte de baixo das asas, a que fica virada para o corpo e não a que fica para o céu, é bom esclarecer, que lembrava um tapete de mini penas quase transparentes, cobrindo toda a superfície, uma bem perto da outra de forma a ficarem todas em pé, alinhadas. Sobre a mágica daquele momento eu me abstenho de escrever-lhe por falta de palavras que alcancem o íntimo dos sentimentos envolvidos na dança sem fim que executava a borboleta. Fica, então, apenas meu desejo de que um dia você possa desfrutar dessa mais pura felicidade.