Coisas do Amor

Nunca fui uma criança muito normal. Quem me conhece de verdade sabe ou, pelo menos imagina isso. Qualquer criança fica feliz quando alguém diz: nossa, como você é linda!. Eu ficava inconformada porque (quase) ninguém dizia: nossa, como você é inteligente!!
Sempre que eu via um filme com final feliz, pensava: "que absurdo! A vida não é assim! Duas pessoas não se conhecem, se apaixonam a primeira vista e vivem felizes para sempre!
Esse pensamento durou até eu assistir Matrix. Ok, a vida nem sempre é perfeita, mas você pode sonhar. Nossa, como eu chorei quando eles morreram.
Uns meses depois, exatamente no dia 05 de junho de 2002, simplesmente aconteceu. Meu primeiro amor. E a primeira vista. Era um tipo de amor único, que até hoje não consigo descrever. Talvez materno, não sei. E diferente de qualquer amor que sinto hoje.
Quando eu a vi, sabia que era ela. Não precisava pensar. Bastou um olhar para me apaixonar. Foi mais forte que eu. Coloquei nela o nome que melhor dizia eu te amo. Na época, era a coisa que eu mais amava; não sabia viver sem. Era um vício. É, eu era meio idiota.
Quando voltei para casa (num taxi-fusca), ainda não acreditava. Parecia um daqueles filmes que eu sempre criticava. Parecia bom demais pra ser verdade. Foi como num sonho. Mas por melhor que seja, você tem que acordar uma hora.
Se a vida dela fosse um filme, agora seria a hora das letrinhas subirem e as luzes do cinema acenderem. Que pena que acabou, mas eu amei cada segundo.
Sei que ela nunca vai ler isso, mas eu preciso dizer pela última vez.

Sakura, eu te amo!