quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A ave


Uma ave, de lá do alto, merguha em direção à lagoa num perfeito movimento de queda livre. Sem medo. Sem pensar. Por puro instinto de sobrevivência, afinal, todo ser tem suas necessidades, o da ave: peixe. Ela tem fome, apesar de não saber o que é isso, e sabe que para ter o que precisa tem que se molhar, molhar? O que vem a ser? Mas ela não reclama, sempre foi assim, não se lembra sequer quando aprendeu que o devia fazer, talvez assistindo o lindo voo da sua mãe do alto do ninho mais alto, talvez... Ela mira o peixe e enfim entra rasgando a superfície d'água, antes calma. Nada foge de seus olhos ágeis e com isso garante mais uma refeição. Até aqui, tudo se passou em rápidos segundos. A ave, agora satisfeita, emerge das águas e analisa o ambiente ao seu redor, nada por mais alguns instantes antes de lavantar voo colado à superfície novamente espelhada e vai subindo e se afastando, tranquilamente, até que eu a perca de vista, até que o acaso a diga que precisa de mais um peixe.

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